segunda-feira, 26 de maio de 2008

Novos sentimentos.

O tempo passa muito rápido e nós só percebemos isso quando olhamos para trás. Hoje voltando no tempo me deparei com algumas lembranças da época em que Codisburgo, cidade natal de meu avô não tinha asfalto e Guimarães Rosa nem pensava em nascer por aquelas terras. Essa história, ou melhor a história da minha família, teve início quando um grupo de rapazes da família Ribeiro saiu do Porto/Portugal e veiram desbravar, juntos com bandeirantes, as novas terras e se espalharam pelo centro de Minas Gerais e São Paulo. Eles deixaram suas marcas e ajudaram a tecer o que hoje é MG e SP.
Antes da chegada do ano 1900, chega a região das grutas de minas uma familia também da europa, mas com traços alemães muito forte e com vários filhos, como de costume. Uma das filhas do meio, nascida já no Brasil, esperivitada e solta aos seus pensamentos e vontades. Gostava de fugir dos afazeres de casa para estar juntos dos rapazes. Não dava muito valor às rotinas que as moças tinham que cumprir, e prefeira ver as borboletas que se juntavam nas beiras das lagoas e nos pastos da região. Bárbara, era muito bonita, alta como todos de sua casa, loira, de traços delicados, sempre bem vestida contudo mal comportada, sua pureza e seu pudor alguma borboleta pegou emprestado e se miturou as suas companheiras de tal forma que a donsela, agora perdida, não sabia a qual das maripousas do mato, ela tinha cedido seus valores por alguns instantes, por isso passou o resto da vida buscando borboletas, seu animalzinho preferido. Em um desses seus passeios junto com um dos rapazes que se aproveitava da falta de ingenuidade, José Pinto RIBEIRO, resolveram procurar a borboleta. Justamente quanto Zé Pinto esta a ponto de capiturar a borboleta, o pai de Bárbara os surpreende e os faz casar. Não e bom grado dos dois noivos comparecem às a cerimônia, mas ela se realizou.
Esse moço, franzino e de caráter forte era conhecido como uma pessoa que não sabia o que é ter dó. Ao ler uma das vinganças entre as família de Incidente em antares do Érico Veríssimo, em especial a vingança com óleo quente, me faz lembra muito bem as coisas que Zé Pinto RIBEIRO fazia. Quem olhava para ele não conseguia imaginar do que ele era capaz. Até os animais fugiam desse homem que não tinha 1,60 metros. Ele até que tinha algumas posses umas conquistas às vezes a custa de sangue, e outras que recebeu como pagamente de dívidas dos outros. Com Bárbara teve quatro filhos. Antônio Pinto Ribeiro o mais novo, Divina que nasceu um ano antes do irmão, Jordelina Pinto Ribeiro a mais velha e o resultado mais perfeito da soma de Bárbara e Zé, e a do meio Conceição. Essa como o pai também era baixinha contudo gordinha. Cuidava da casa, dos irmãos e o dos pais. Foi levada para Belo Horizonte pelo irmão, afim de que pudesse si livrar um pouco da solidão que a acometeria anos depois com a morte do pai e das irmãs. Divina Ribeiro era linda, morena como o pai, de olhos verdes porém alta como a mãe, chamava a atenção da vizinhança e despertava o ciume da feiosa, magra e mal-amada, e amarga irmã mais velha. Nem o nome a salvava. Essa ao descobrir que, por azar, a irmã mais nova estava grávida, foi querer saber quem era o pai do sobrinho, ou melhor, quem desenvergonhou a irmã, em um golpe violento, com um copo, na cabeça da irmã, a matou. Por isso foi presa e nao aguentou a culpa e a perseguição que a sobreveio dentro da prisão por causa do seu gênio ruim, "suicidou-se".
Já Antônio foi para Belo Horizonte, fuigido de Codisburgo, lugar esse que ele nem mencionava em suas histórias. Teve que fujir por sua prórpia defesa, pois desbancou uma tocaia armada contra o seu pai. Esse fuigiu na primira , graças ao filho porém foi pego em uma segunda. Antônio, já na capital estudou, passou em um concurso público para fiscal da Prefeitura da cidade. Até arranjar-se levou a vida em um barraco alugado na pedreira Prado Lopes, depois, morou com sua Esposa em um barroco nos fundos de um motel as margens da represa da Pampulha, recém reformada depois da quebra da barragem. Trouxe sua mãe e sua irmã, Conceição, para morar com ele. Sua irmã se casou e morou por muitos anos onde é hoje a nova trincheira da avenida Antônio Carlos no bairro Aparecida, e sua mãe morava com ele, porém dava muito trabalho. Depois de tomar umas piguinhas saia gritando pelas ruas do bairro onde "OLHA A BORBOLETA", com a saia na cabeça. Depois que nasceu o seu tereceiro filho com a Dona Lia, RIBEIRO como ficou conhecido na região de Venda Nova, construiu uma boa casa para a família nessa região. Com Maria Isabel Ribeiro (Lia) teve 13 filhos (Moacir, Altamir, Itamar, Marielene, Antônio, Irene, Almir, Fabio, Talma, Telma, Gilmar, Deusimar e Lilian) e com Aparecida, 27 anos mais nova que ele, teve mais 3 (Renato, Bárbara, Warley).

Eu sou filho da Irene com Márcio, que coincidência ou não ele é neto de um outro Ribeiro que foi para Matozinhos, cidade que fica a uns 30 km de Codisburgo. Sempre fui muito atencioso com a minha família. Busquei estar presente com todos. Recebia elegios do avô por comer verduras, fiz muitos canteiros, galinheiro e chiqueiros para a minha avô. Morei com a Lilian, quando criança dormia no cantinho da Telma, trabalhei para o Tami (Altamir) e para o Mica (Almir), andava de cavalinho no Fabio, visitava o Cici (Moacir) em Betim, poucas vezes, mas fui. E me lembro de uma vez que tomei banho de mangueira com os filhos dele na porta da sua casa. Lembro que fui no aniversário de um dos filhos da tia Lena (Marilene) quando ela morava no conjunto Cristina e no Ceu azul. Mas o melhor eram os natais na casa do Tio Tama (Itamar) e viajar para Mocambeiro no parta-malas da brasília dele junto com a Tati. A Dayse, 9 anos mais velha que eu, como brigavamos, e como morriamos de amor um pelo outro, o Gilmar é o tio com o qual eu me pareço mais, meu amigo.

Eu tenho somente uma irmã, Makelly, que amo muito e que é muito linda. Ela tem a estatura e a fofura da Tia Conceição. Lembro de quando era criança, de dar a ela uns filhotinhos de peixe que eu tinha em um aquário. E ela sempre se lembra desse fato. Sempre que podia ia visita-la e na última vez que a vi ela fez questão de me colocar no colo como sempre fazia quando eu era criança. Hoje, longe de todo mundo, lembro disso tudo com saudades. Isso tudo por causa de um sentimento ruim, o primeiro nesses dias aqui no Canadá, pois ontem partiu essa tia que eu tanto gostava.

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